Proposta pedagógica

No Guayí Mirim as vivências e aprendizagens se dão por meio do brincar, da imitação e da imaginação, fortalecendo a criança em sua integralidade e sua capacidade criadora. As crianças têm momentos para brincar livremente dentro da sala e no pátio, com brinquedos artesanais feitos de materiais naturais (como madeira, lã, algodão, conchas, sementes, bambu) e com elementos da natureza (como areia, terra, água, folhas, pedras). Este tipo de material ajuda a desenvolver a percepção do mundo através dos sentidos (texturas, cheiros, tamanhos, formas) e possibilita noções físicas do mundo (como peso, leveza, distâncias, volume). Além disto, proporciona amplas possibilidades de brincadeiras criativas. Tudo isto ajuda no desenvolvimento da imaginação e da criatividade na criança.

No brincar espontâneo, a criança também está realizando a sua necessidade de movimentar-se: ao subir, agachar-se, pular, equilibrar-se, pendurar-se, rolar, engatinhar, etc. Além disso, a criança desenvolve noções de espaço e trabalha sua coordenação motora. Este brincar em movimento livre é indispensável para que seja possível um estado de concentração na criança.

Mais tarde, na idade escolar, o que foi adquirido no brincar em forma de percepções e noções físicas do mundo, em movimento livre, imaginação, criatividade, coordenação, se transformam em capacidades para aprender e para adquirir conhecimentos.

No Guayí Mirim não alfabetizamosa criança. Na Pedagogia Waldorf a alfabetização é um processo que só começa a ser trabalhado a partir do 1º ano escolar.

Trabalhamos a Vontade e Autonomia das crianças. Autonomia é quando a criança vai adquirindo, através do exercício de sua vontade, uma habilidade própria. A Vontade é educada na realização das atividades pedagógicas do ritmo diário: no prazer por alimentar-se, no esforço por se vestir e calçar sozinho, no sentar-se para ouvir uma história, no imitar os gestos da professora ao fazer uma roda, etc. Na repetição diária destas atividades, as crianças vão desenvolvendo hábitos saudáveis. As crianças gostam de realizar estas atividades, pois tudo é conduzido com muita música e alegria! Elas se sentem capazes por realizarem coisas por si e seguras por saber qual é a próxima atividade que virá em seguida.

Trabalhamos em conjunto com as famílias, buscando uma continuação casa e jardim. Isto se dará em questões pedagógicas (como o sono, alimentação, ritmo diário, o brincar, sobre o desenvolvimento infantil), quando o Guayí Mirim busca aproximar as famílias cada vez mais do desenvolvimento dos seus filhos, em sua formação enquanto seres humanos. Para isto, o Guayí Mirim busca oferecer às famílias reuniões em grupo e individuais, palestras e encontros de estudos. Visamos criar uma comunidade ao redor do Jardim de infância, que propicie o convívio social das crianças e suas famílias, pois assim temos um ambiente fecundo para o desenvolvimento da criança. Organizamos atividades que pedem o envolvimento e o trabalho de famílias e professoras, como festas, mutirões, passeios de confraternização, bazar, oficinas de trabalhos manuais, com o intuito pedagógico de criar laços de afetividade e amizade entre as famílias, todos participando de um mesmo ideal, como em todas as escolas Waldorf, em uma gestão participativa.

O que significa Gestão Participativa?

É um processo que, muitas vezes, exige de nós uma mudança de lógica: da lógica de cliente para a de gestor; da lógica individualista para uma lógica mais comunitária e humanizada. Muitas vezes, não sabemos como começar este processo de nos “apropriar” da escola. No entanto, existem muitas formas de fazê-lo, e oportunidades não faltarão para que você e sua família possam conviver e se integrar à Comunidade.

Isso se torna possível através da Trimembração Social e da Autogestão, que são características fundamentais em uma escola Waldorf.

As esferas pedagógica, jurídico-administrativa e sócio-comunitária se inter-relacionam em equilíbrio e praticam a autogestão que se caracteriza por não existir um único dono ou diretor, e sim conselhos e comissões.

Os professores são plenamente responsáveis pelos seus procedimentos pedagógicos. A escola é representada juridicamente por uma Associação sem fins lucrativos, a Associação Sophia, da qual participam pais, mães e profissionais que sentem afinidade com os propósitos educativos e culturais, baseados e resguardando os princípios da Antroposofia.

Os pais e toda família têm papel preponderante na escola, sendo muito importante o entusiasmo pela proposta e a colaboração para que ela possa ser viabilizada.